Magdalena³
Queridas irmãs Magdalenas,
Falar sobre a rede Magdalena é falar sobre encontros, no sentido mais amplo da palavra, pois é onde realmente nos encontramos e encontramos motivos para seguir unidas, percebendo que apesar das dificuldades não estamos sozinhas.
Como terceira geração desta rede, muitas vezes ao promover ações e encontros sem nenhum apoio financeiro, ou da mídia ou do Estado, já fomos tomadas por loucas. E sempre dizemos - Loucas não! Teimosas. - Não aceitamos não como resposta, pois promover um encontro Magdalena³ é para nós abrir uma brecha no tempo e no espaço para o diálogo, para ouvir e ser ouvida e perceber que sempre haverá uma mão a nos amparar em nossas buscas. São nestes momentos que nos damos conta da responsabilidade de ser Magdalena, pois da mesma forma que somos amparadas por vocês devemos estar preparadas para amparar as próximas que virão.
Assim percebemos que nossa voz tem valor e sentido. Mas do que adianta nossa voz ter valor e não ser ouvida?
Falar com que sabe, entende e compactua de nossos anseios, medos e dúvidas como mulher não nos basta. Queremos “abrir esta brecha” em outros espaços, quebrar as paredes dos teatros, das salas de ensaio e das rodas de conversa e ouvir as meninas e mulheres das escolas, dos presídios, dos hospitais, das ruas e comunidades para que elas também possam se sentir acolhidas e abraçadas por esta rede de mulheres fortes que não tem medo de compartilhar suas fragilidades e que por isso resistem!
Muitas vezes nos sentimos pequenas e sozinhas, mas sabemos que não estamos. Por isso seguimos lutando por um espaço mais digno as mulheres.
Agradecemos à esta rede que nos acolheu, abriu nossos olhos, nos mostrou e ainda mostra tantos caminhos a percorrer.
Com carinho. Abraços fraternos,
Luiza Bitencourt e Paula Miurim
Magdalenas³